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quarta-feira, 16 de maio de 2012

JAJÁ: e agora?


A revista Carta Capital, que na semana passada havia revelado, em seu site, o teor da delação premiada do lobista Alcides Fernandes Barbosa ao Ministério Público do Rio Grande do Norte, afirmando, em depoimento, que presenciou um acordo entre o responsável pelo Consórcio Inspar, George Olimpio, e o presidente nacional do Democratas, senador José Agripino Maia, para a doação de R$ 1 milhão para a campanha do DEM no RN, trouxe mais uma peça desse quebra-cabeça na sua edição impressa dessa semana.
De acordo com a publicação, além do suposto encontro entre George e Agripino, no “sótão”, do apartamento do senador, em Morro Branco, um segundo encontro entre o advogado e o líder oposicionista teria acontecido. Dessa vez, em Brasília, onde Agripino tem uma segunda residência. Na oportunidade, segundo o lobista, estariam presentes o ex-senador João Faustino (PSDB) e o advogado George Olimpio.
Ele narra aos procuradores: “João Faustino estava muito preocupado, porque George estava falando já desses cheques para Natal inteira”. Segundo Barbosa, a intenção de Olimpio era deixar claro que os cheques eram uma garantia de que o esquema seria implantado sem demora no Estado. “Por causa disso, Agripino não queria mais receber George Olimpio em Natal”, informa Barbosa, segundo a revista.


No encontro de Brasília, segundo o lobista Alcides Fernandes Barbosa, o senador José Agripino avisou ao advogado George Olimpio que devolveria os dois últimos cheques, uma vez que os dois primeiros, no valor de 500 mil reais, haviam sido descontados. 

O lobista se referia aos supostos cheques cada qual de R$ 250 mil – totalizando R$ 1 milhão – que teriam sido entregues por George a Agripino, como contribuição à campanha eleitoral do DEM. 

O objetivo da propina ou doação ilegal de campanha era obter o apoio do senador para a implantação da inspeção veicular no RN. “Na versão do lobista, o senador do DEM decidiu devolver o dinheiro em razão de um desentendimento com a governadora Rosalba Ciarlini e o marido dela”.

Segundo a revista Carta Capital, o senador José Agripino Maia teria dito ao advogado George Olimpio, organizador do Consórcio Inspar, que fazia a devolução dos dois cheques  por não poder “ir além” nas negociações com o casal Carlos Augusto Rosado e Rosalba Ciarlini, isto é, garantir a implantação do consórcio veicular no Rio Grande do Norte.
 “Não vou romper politicamente com Carlos Augusto e com a Rosalba em virtude desse compromisso”, teria avisado o presidente do DEM, segundo o lobista.
Quanto aos dois primeiros cheques descontados, referentes a janeiro e fevereiro de 2011, o senador não teria revelado a destinação. “Você me dá uns dez, 15 dias, que eu vou conversar com você pra ver”, teria dito o parlamentar ao acusado de chefiar a quadrilha. Mas o dinheiro nunca teria aparecido.
Agripino nega todas as acusações.
Comentário do blog: É lógico que o senador José Agripino vai negar todas as acusações, vai dar uma de bom moço, afirmar que isso é uma calúnia e etc, etc, etc. 


Sempre gostei desse poema.


José - Carlos Drummond de Andrade. Escrito durante a Segunda Guerra Mundial e da ditadura Vargas. Os grifos ficam por nossa conta.


E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama protesta,
e agora, José?



Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?



...........


seu terno de vidro, sua incoerência,
seu ódio - e agora?

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